Phantasias commigo mas não tens seis
não tens seis que excappam à vez e nem se
nem se o Thamisa fosse outra torre seriam septe
por isso aspiras e manténs-te devagar trauliteira
que à frente sempre se dorme melhor e respiras
não que respirasse fosse melhor commigo na altura
descaías sempre que phantasiavas e desferias
círculos no ar não que houvesse rios nem pedras
tudo o que atirávamos aos círculos rodava
não porque não tivessem geometrias apenas
apenas o sabíamos apanhar quando tocavam
no chão no chão lembras-te de lá estarmos
do outro lado da terra do lado das libações
de sentirmos na pelle o phantasma dos outros
dos mortais dos cadáveres dos prontos
a virem ter connosco não que os esperássemos
não que isto não que aquillo não somos deuses
ou melhor não és deusa nenhuma phantasias
como sempre fizeste mas só quando se põe o sol
que antes estás dentro das trevas engolliste as trevas
e tens aquele ar de quem já passou por isto
quando phantasio contigo já não tens seios
vives na tua cabeça que não tem phantasmas
escorre ao longo do rio com ar de ribeiro
mas quando tens sede phantasias commigo e eu
do outro lado da ilha ignoro-te como sempre
como sempre fiz desde criança quando soube
que estavas phantasiosa phantasma phantástica
como quando as florestas não ardem ou divagam
como fraccas estudantes de aenigmas e reclamas
reclamas agora pelos seis pelas seis phantasias
e pelo pobre Thamisa que te tropeçou te escandalizou
com os seus cemitérios mas lembra-te dos milhões
que nunca se enterraram não que os não amassem
mas porque morreram ao sol e à chuva
e mesmo assim talvez nunca tivessem phantasiado
commigo que os abriguei da chuva milhões de annos
milhões de annos depois nos meus versos mas tu
tu já não phantasias commigo caíste na noite
que eu formei nos teus lábios mesmo que os não
que os não pintasses com a mesma phantasia dos teus olhos
e ainda assim quase pathético quase moderno
deixei que a minha letra pousasse em ti
e deixei que me deixasses um nome o meu
e que me phantasiasses como só tu na névoa
poderias dizer acerca deste infinito.
(Orlando Gibbons, Fantazia in G minor a 6 (32), L’Achéron)