não venço o medo diurno

não venço o medo diurno
o qual carrego pelas avenidas 
em flores, pelas pontes silenciosas

chamo as coisas que conheço
pelos seus próprios nomes:
cadeiras, tábuas, despedidas
desespero

as que não conheço, ou que
estão para mim como o poente
amarelo, crio fisionomias:
alto, esguio, imponente
miúdo

à noite, não tenho medo
bebo como um animal sadio
pronto para sair e não 

voltar.