Séneca, Troianas

Séneca, Troianas

As histórias relativas à queda de Tróia encontram-se plasmadas numa muito rica tradição literária, mitográfica e artística. Apesar de a acção da Ilíada terminar antes da destruição da cidade e de o início da Odisseia ser já posterior a esse marco, os episódios decorridos entre as duas épicas homéricas seriam narrados em outras épicas gregas arcaicas hoje perdidas, de que o Saque de Tróia (Iliou Persis, de Arctino de Mileto) e a Pequena Ilíada (Ilias Mikra, de Lesques de Pirra) são exemplo. Para os Romanos, esses episódios ganharam uma ressonância especial com a sua épica nacional, a Eneida, em que não só se narra de forma vívida a queda de Tróia, mas também se celebra a sobrevivência parcial de Tróia no exílio, figurada em Roma como continuidade. À audiência das Troianas de Séneca (leitores / ouvintes), não passariam despercebidos ecos da Eneida (em particular do livro segundo), nem a influência do livro 13 das Metamorfoses de Ovídio na composição da cena de morte de Políxena.

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