Ana
/para Ana Garcia
Como podendo estar parados num teatro dirias
uma coisa, depois outra.
Uma manhã em Lisboa em que Ana
Tivesse camélias na janela, como antes o fizera Dumas,
enquanto admitia um choro ou uma hipótese de ser
Mais do que uma personagem dizendo uma coisa,
depois outra coisa.
Pequeno-almoço na Confeitaria Nacional, pequena degustação dos jesuítas.
Abordas uma nota do trágico. Expulsões.
Lisboa interdita para sempre, isso sim era dramático.
Escondes-te por esta rua donde se
não veem camélias à janela. Um livro que diga a
cidade, que a explique como um pai explicando a um filho, que
não pudera ver, mas sente
no chão o tremor quando eles passam.
Chegas agora ao Tejo, paras como num teatro.
o palácio do rei de Portugal cheira a cravinho
E canela. Mas aqui
Nada cheira assim, foi acolá que mataram el-rey.
Deixei que crescessem camélias à minha
Janela não porque lesse um livro, mas porque era
Um tempo em que Ana amava um
Homem chamado Lisboa.