Páris
/ao António Alves Vieira
Quando se sentou no sofá
à luz hemisférica da mesinha
consegui perceber-lhe
a fenda helénica do queixo
os lábios sempre húmidos
e os caracóis dele
da mesma aveia dos olhos
que cumpriam uma constante algébrica qualquer
“- Então fazes mais televisão ou teatro?”
tiniu o balanço do candeeiro
e o olhar dele
que mesmo destriunfado
com toda a força das pálpebras
me despia