CV
/Sou a antítese segura, o desejo secreto dos recorrentes,
A espuma da raiva da manhã, a geada no canto da boca,
O mistério da fé e do ridículo, o colo estéril da gula,
O sonho dos mortos, o caudal esquecido da extinção,
Contudo nas mãos vazias, mundos de ilusões,
O cansaço emprestado dos avós, a pegada do copo vazio,
Tu que julgas as graças dos anjos, condenas o inevitável sono,
Que esperas das juntas pregas de visco e vício,
Deixa-te cair em tentação, como num sono morno,
Não esperes mais, o amanhecer será sempre mais uma volta.
Turku
28.01.2024