Los Bancos

Hay diferente tipos de bancos porque hay diferentes tipos de personas aunque, en algunas ocasiones, personas  diferentes acaban por sentarse en los mismos bancos.

Este es el caso de hoy. Estoy sentada en un banco de la plaza de St. Pieters Station y un sonido de agua retumba en mis oídos con intensidad de tormenta.

Nos alejamos, como este sonido, de los propósitos iniciales y es que los mismos bancos acaban por apoderase de los distintos tipos de personas.

Enfrente de mi banco hay un grupo de mendigos mientras una golondrina sobrevuela el sonido de mi tormenta. Mis pensamientos se dividen en dos, pájaros y mendigos. Siento lástima por no tener a mi lado ningún compañero de butaca que me explique cómo se han desarrollado las escenas que van más allá de mis bancos. Soy pensamiento paralelo de golondrina y mendigo.

Son las 16:45. Me adentro en St. Pieters Station. El andén y los pequeños detalles que le circundan. El tren se acerca humeante. Brugge, andén 12.

Los tejados sobresalen tras los muros de la estación, son de hojalata y parecen reflejar las nubes plateadas que como vapor se elevan hoy en este cielo belga. Un gato maulla. Sonrío. Esta tarde el sol luce inexplicable para que todo aquello que se atreva a ser mirada sea transformado en luz. 

Little Poor Rich Girl (1965)

Revolve-o em profundidade ou amacia-lhe as superfícies. A ausência de definição da figura permite esse trabalho substancial sobre a imagem. E a imagem, aqui, com o seu carácter massiço de “matéria-forma”(ou “informe”) – o seu registo é o da “metáfora-deformação” a que se refere Jean Epstein -, adequa-se à noção de Imagem-Tempo de que falará Deleuze. A “duração” constitui afinal a substância, profundidade (como em Orson Welles), da imagem. Dilatando os poros da pele, os contornos da figura, o tempo acentua o efeito de branqueamento geral que trabalha o modelo das Odaliscas de Ingres por uma anamorfose que evoca tanto o (quase) nu de Kiki de Montparnasse em L’Étoile de Mer de Man Ray /Robert Desnos (1928) como os corpos derramados de Bill Brandt (nos anos 50).

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Nick Laird, Retrato do Artista Enquanto Piada

E no entanto chacina pode ser o plural riso...
– Javier Rodrigues Rodrigues (traduzido por Joseph Coleman)
 

Foi assim que me contaram a história:
um inglês, um irlandês e um escocês
que desciam a Union, chacinados, com grande espalhafato, e
o resto é uma lenta ascensão seguida de queda.
Eu fumava, enquanto ia passando os olhos pelo copo embaciado,

 

o relógio de mergulho, o anúncio da Guinness por trás
do gim, e vi três rostos que num esgar pronunciam:
O teu gajo entra num bar, com balcão de ferro... au.

*

A meio do caminho haverá desejos, esposas, ilhas
desertas em silêncio, tribos da selva, pelotões de fuzilamento,
últimos pedidos e génios engarrafados em jogos infantis.

No fim, vêem-se os frascos marcados pela maré, abandonados
a um fumo táctil, os fios eléctricos descarnados

do ar que pende como mordaças a puxarem burros para trás,
que à partida já não eram nada de especial.
Portanto, por favor, nada de aplausos, de risos, e, por favor, nada de aplausos.

*

De cada vez que uma rodada transforma o vidro no choque
sólido da chuva, e o pub gera as suas bolsas de ar, encolhe os ombros e cria raízes,
há uma ovação até às casas de banho. Um caralho qualquer, um gordo,


leva um soco na pança e é atirado para dentro de um Corsa.
Inesperado ferimento de bala, a lua surge


para inundar o parque de estacionamento. Outro qualquer que
discorra sobre piadas e o inconsciente,
outro qualquer que se refira à sorte dos irlandeses.

*

No espesso relvado à esquerda da relva bem aparada,
o mesmo homem que entrou no bar
está ali, dobrado de riso.

A palhaçada do seu rosto rude, cor de
casca de ovo, está prestes a romper num esgar,

o último a ser visto no azul de céu de um fraque,
escarranchado no grande ecrã do seu Samsung.
O mais certo é que ninguém se meta com ele.


*

À luz do dia, a lua declina no céu como uma gota
de condensação e, em sinal de respeito, tiram-se bonés
de golfe que anunciam lendários nomes locais, depois alguém tosse,

desliga a musiquinha do relógio de pulso.
O segredo da boa comédia.

O modo como o horizonte quase intercepta
a língua da lua, esticada para a comunhão,
como uma piada por momentos esquecida.

 

Nick Laird, To a Fault, Faber & Faber, 2005

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El despecho


     Te despiertas con un sobresalto cada vez que mi mano acaricia tu pecho al amanecer. Yo no me enfado porque des media vuelta en la cama y continúes durmiendo. Hace años que actúas así y desconoces que está próximo el día en el que, cuando abras los ojos tras uno de tus sueños reparadores, mi mano estará dando calor a un rostro más agradecido al tacto de mis dedos. Y tú podrás seguir durmiendo tranquila.